JOTA
EPIFÂNIO - "O VELHO ESCRIBA", natural de Nova Cruz-RN, nascido em 23
de setembro de 01947. Jornalista e colunista social do Jornal Tribuna do Norte.
Faleceu em Natal no dia 31 de dezembro de 1999
O gosto pelas festas, o prazer em fazer amizade, a arte de relacionar e habilidade para manter uma conversa alegre,
foram essas as qualidades e os gestos que fizeram com José Epifânio da Silva
acabasse por se decidir a tentar a carreira de jornalista, especializando-se
por conta própria no colunismo social. E o fez conta zelo e entusiasmo que
durante décadas, tornou sinônimo de informação sobre a sociedade natalense,
criando estilo e editando modas como “rei absoluto” da crônica do jet set
potiguar.
Começou a vida como balconista da agência
local das lojas Paulistas (mais tarde, as Casas Pernambucanas) afável e
conservador, aos 13 anos mudou-se para Natal, onde deveria estudar para “ser
realizado, mas não necessariamente pela via de um diploma ou da vida acadêmica.
Entre um emprego e outro, que garantisse a
sobrevivência diária, Epifânio acabou contratado como taifeiro pela
Aeronáutica, servindo na Base Aérea de Natal a partir de 1945, o último ano da
II Guerra Mundial, onde fez amizade com praças e oficiais brasileiros e
norte-americanos. O dom para fazer bons relacionamentos dentro e fora do quartel, logo chamou a atenção dos
superiores”, Epifânio viu promovido a relações públicas da Base Aérea, função que o pós em contato com jornalistas e lhe abriu as portas das redações locais.
As primeiras notas foram escritas para o
jornal do Comércio, veiculo impresso do então “majô” THEODORICO BEZERRA. DE LÁ,
Epifânio mudou-se para as páginas do Correio do Povo, do governador Dinarte
Mariz, e em 1966 chegou à TN. Em meio a uma relação que primava pelo vanguardismo e intelectualidade, construiu uma maca própria – a troca do jornal
de Dinarte pelo jornal de Aluízio já foi considerada uma “excentricidade”, a
coluna de Jota Epifânio, que circulou por 44 anos ininterruptos.
Irreverente e sarcástico, quando queria, ou
elogioso e doce, quando necessário, Epifânio estava em tudo que é festa, sem
deixar a política partidária intervir. Lembra Cassiano Arruda. Contemporâneo
dos primeiros anos de Epifânio na TN. A coluna de JOTA Epifânio considerada,
então, um dos quatro pilares que atraiam leitores e fortaleciam às edições do
jornal (os outros eram o informe do Redator, o jornal de WODEN MADRUGA e coluna de JOÃO MACHADO).
O sucesso de Jota Epifânio colaborava na resistência da TRIBUNA DO NORTE às pressões do governo militar para silenciar
e tirar o jornal de circulação. Em 1969,
com ALUÍZIO ALVES já cassado, o coronel
PAULO SALEMA GARÇÃO RIBEIRO intimou Epifânio a deixar o jornal dos Alves ou
sofrer as consequências. Bem relacionado com o comando local da Marinha,
Epifânio resistiu. Ficou no jornal e virou relações públicas do Cassino de
Oficiais da Base Aérea.
Autodidata do jornalismo
social, Epifânio era admirador confesso de IBRAHIM SUED. Cunhou, sobre si
mesmo, uma frase impagável: “SER CRONISTA SOCIAL É FÁCIL. DIFÍCIL E SER JOTA EPIFÂNIO”.
FONTE - ESPECIAL DOS 60 ANOS DA TRIBUNA DO NORTE, MARÇO DE 2010
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